O sonho do Tri uma vez mais adiado

Data da Postagem: 05/05/2011

Encerrada aquela que possivelmente tenha sido a nossa pior participação em Libertadores, resta-nos uma vez mais pensar no futuro. E o futuro passa necessariamente por planejamento. Enganam-se aqueles que pensam que futebol se administra ao mero sabor das circunstâncias diárias. É preciso sim planejar e elaborar estratégias viáveis que possam nos levar novamente às grandes conquistas.

Pensemos, por exemplo, na última Libertadores conquistada, no saudoso e glorioso ano de 1995. Sob o comando de Fábio Koff - hoje vergonhosamente vaiado no Conselho do Clube por alguns de seus integrantes, com o silêncio aquiescente de outros - e de Luiz Carlos Silveira Martins, nosso querido Cacalo, o Grêmio contratou Arce, Adilson, Rivarola, Dinho, Luiz Carlos Goiano, Paulo Nunes e Jardel. Cito apenas os titulares contratados para falar de uma conquista que teve muita garra e imortalidade, como manda a nossa tradição – quem não se recorda dos 5x0 no Palmeiras em Porto Alegre e, depois, no 1x5 no Parque Antártica – mas que antes de tudo teve trabalho e competência no planejamento do futebol.

Nesse mesmo ano, ainda no primeiro semestre, o Grêmio foi Campeão Gaúcho com o então chamado Banguzinho, mostrando a força de seu plantel, e Vice-Campeão da Copa do Brasil, onde disputamos duas memoráveis partidas com o Corinthians. Derrotado ao final do último jogo no Olímpico Monumental, nossa torcida, de pé, cantou o hino do Clube, enchendo de moral nossos jogadores, que logo adiante iriam conquistar pela segunda vez a América.

Até isso infelizmente parece ter mudado, como se viu recentemente quando um grupo de torcedores invadiu o campo de treino, não para dar apoio, mas para ameaçar e amedrontar jogadores e comissão técnica. No jogo de ontem, aliás, não tínhamos sequer jogadores disponíveis para completar o banco de reservas, numa demonstração inequívoca de que não houve planejamento algum para a disputa futebolística mais importante do continente.

Precisamos resgatar e valorizar a grande massa de torcedores gremistas, aquela que canta o hino na adversidade e está sempre ao lado seu time do coração – e que coração! Para isso, entretanto, não basta apelar para sentimentalismos piegas. O Clube nos dá o time e o plantel capacitado. A torcida, essa sim, é a única capaz pode nos dar a imortalidade.

Dá-lhe Grêmio, imortal tricolor!

Renato Moreira
Conselheiro do Grêmio e integrante do MGV